terça-feira, 11 de maio de 2010

A NOÇÃO DO SIGNO DE SAUSSURE

Para Saussure, o SIGNO é “um sinal que ocupa o lugar de qualquer coisa que é conhecida pela experiência”.

Por exemplo, a palavra “cão” tem um significado em função da nossa experiência geral dos cães. Uma pessoa que habitasse uma ilha (por exemplo) onde não existissem cães, não saberia a que é que a palavra se refere.

Mais, para ele, o Signo é a mistura dos traços materiais/sonoros com a ideia/conceito/noção que estes traços/sons representam, distinguindo o mundo da representação (Significante/físico/sensível) do mundo real (Significado/mental/inteligível).

Embora as palavras Conceito e Imagem possam designar oposição, Saussure resolveu substituí-las por Significado e Significante, acreditando que tais palavras pudessem expressar com maior clareza a ideia de oposição entre os principais elementos do signo: conceito e imagem. A dicotomia entre significado e significante é importante porque aborda de modo satisfatório o velho problema da relação entre as palavras e as coisas.

Portanto, para ele, os elementos que formam o signo são:

SIGNIFICANTE + SIGNIFICADO = SIGNO

... como se fossem (Significante e Significado) dois lados inseparáveis de uma mesma moeda (Signo).


SIGNIFICANTE é a "imagem acústica" (cadeia de sons). Consiste na forma como é apresentado. Plano do sensível. Aqui é o Mundo da Representação. É a parte física do signo; isto é, a parte material que é a sua sonoridade ou a sua representação gráfica. Por exemplo, a imagem acústica da palavra “sapo” é o significante para todos os fins.

SIGNIFICADO reside no conteúdo, é o conceito que é o plano das ideias/da interpretação, algo como o lado espiritual da palavra, sua contra-parte inteligível, em oposição ao significante, que é a sua parte sensível. É o que permite a formação da imagem na mente de um indivíduo quando ele entra em contacto com o significante. Trata-se, portanto da representação mental de um objecto de acordo com a realidade social em que nos situamos (é condicionada pela formação sócio-cultural que nos cerca desde o berço).


Vejamos o exemplo a seguir:


O símbolo “ € ”, por exemplo, é uma mistura dos traços, feito, por exemplo, de pixéis na tela do computador (Significante), com a ideia de ser uma moeda da União Europeia (Significado).

O traço está na tela (significante) e a ideia está no conceito dentro da mente (Significado). A junção disso forma um Signo.

E se mostrarmos o símbolo “€” para alguém que não entende de geografia e nunca ouviu falar do Euro? Neste caso, o “€” deixou de ser um signo, pois ele é apenas um significante/um rabisco sem significado nenhum.

Mas e se mostrarmos o símbolo “ € ” para alguém de uma tribo isolada que diz que o “€” significa um Deus para eles? Aqui, já é um outro signo, pois há um outro significado).


Outro Exemplo:


Quando um falante de português recebe a impressão psíquica que lhe é transmitida pela imagem acústica ou significante /kaza/(representação fonética do signo “casa”), essa imagem acústica, de imediato, evoca-lhe psiquicamente a ideia de abrigo, de lugar para viver, estudar, fazer as suas refeições, descansar, etc.

Figurativamente, diríamos que o falante associa o significante /kaza/ ao significado abrigo, lugar para viver, estudar, fazer as suas refeições, descansar, etc.


Captaram a ideia, pessoal?

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